Total de US$ 1 bi previsto para o projeto pode aumentar de acordo com a velocidade de consumo dos clientes
Por Natália Flach
Subsidiária da V.tal, a empresa de infraestrutura digital Tecto inicia nesta quinta-feira (17) as obras do seu novo centro de dados de larga escala e alta densidade – o sexto de seu portfólio. Localizado na Praia do Futuro, em Fortaleza, o centro de dados Mega Lobster ocupará uma área de 13 mil metros quadrados e terá 20 MW de potência.
O data center deve receber aporte de R$ 550 milhões. Este recurso faz parte do plano de investimento inicial de US$ 1 bilhão da Tecto, aportado pelo sócio BTG Pactual e pelos fundos GIC (Cingapura) e CPP Investments (Canadá). A operadora Oi é sócia do BTG na V.tal, com 16,1%.
Questionada sobre o prazo para o plano de US$ 1 bilhão, a Tecto respondeu que a previsão é para os próximos anos. »Esse valor [US$ 1 bilhão] pode aumentar, a depender da velocidade com que nossos clientes consumam a nossa capacidade», diz o CEO da Tecto, Pedro Henrique Fragoso. São 100 clientes na carteira.
O Mega Lobster se beneficiará da rede de fibra óptica terrestre da V.tal. Operadoras e provedores de conteúdo e nuvem computacional poderão acessar o ponto de troca de internet do Ceará, que registra o segundo maior volume de tráfego de internet do país.
A Tecto possui cinco »data centers» em operação - conectados à rede da V.tal composta por 26 mil km de cabos ópticos submarinos -, sendo dois na Colômbia, dois em Fortaleza e um no Rio de Janeiro.
Segundo Fragoso, ainda neste ano devem ser anunciados novos centros de dados em Porto Alegre e Santana de Parnaíba (SP). O plano de investimentos contempla a construção de empreendimentos em todas as regiões do Brasil. Isso só será possível porque a rede elétrica brasileira é robusta e interligada. Assim, a energia pode ser produzida em um lugar e consumida em outro.
»Os »hyperscalers» [empresas que oferecem infraestrutura em nuvem em larga escala] querem estar em grandes polos, como São Paulo, por isso vamos nos posicionar em Santana de Parnaíba. Mas nós também queremos criar ecossistemas de conectividade, sem ter necessariamente um cliente amarrado na largada», afirma. Fragoso acrescenta que o objetivo é ir mais para a borda de clientes que atuam com o usuário final, »lembrando que nós somos a parte da infraestrutura B2B».
O setor de centros de dados está aquecido e atraindo investimentos de diversas empresas. Em setembro, a Scala Data Centers anunciou um investimento de R$ 3 bilhões, em dois anos, no distrito de centros de dados chamado »Scala Al City», em Eldorado do Sul (RS). Já a Microsoft anunciou investimento de R$ 14,7 bilhões no Brasil.