Por Samuel Possebon
A V.tal lançou nesta quinta, 17, em Fortaleza, a nova marca e a pedra fundamental de sua nova unidade de data centers na cidade. A marca adotada é Tecto Data Centers by V.tal, e o data center está sendo chamado de Mega Lobster.
Segundo Pedro Henrique Fragoso, CEO da Tecto, a V.tal é mais conhecida como uma empresa de fibra ótica, mas sempre teve o objetivo ser uma empresa de infraestrutura digital, e a Tecto é parte desse novo momento da empresa.
“Através da nossa plataforma vamos atuar no atacado e ajudar outras empresas a oferecerem seus produtos”, diz. “A plataforma de data center é muito importante e queremos replicar o modelo da V.tal com a Tecto, como o modelo de colocation, built-to-suit e edge, desenvolvendo estrutura para clientes específicos”.
Assim, o atendimento vai de demandas de computação de borda até ade hyperscalers, com conectividade de alta capacidade e energia sustentável.
Segundo o executivo, a Tecto terá ainda outras cidades a partir de um plano de US$ 1 bilhão. Serão pelo menos cinco cidades adicionais, incluindo Santana do Parnaíba/SP e Porto Alegre, onde também haverá uma estrutura de cabos submarinos. Também está prevista a ampliação da capacidade da unidade existente em Barranquilla, na Colômbia.
Fortaleza
A implantação do primeiro cabo submarino da V.tal em Fortaleza começou em 2001, originalmente da Globenet. Em 2018 surgiu a primeira estrutura de colocation ligada ao cabo; em 2022 foi criado o Big Lobster, primeiro data center na cidade, com capacidade de 400 racks; e agora o novo datacenter, o Mega Lobster, com capacidade de 1000 racks, 20 MW total de energia consumida e investimentos de R$ 550 milhões.
Este será um data center completamente neutro, com 10 data halls. A energia será provida pela Enel com uma subestação específica. Dentro do escalonamento da obra, a primeira entrega, equivalente a 25% da capacidade, fica pronta em 2025, diz Fragoso.
Rogério Piovesan, CTO da Tecto, explicou que a estrutura do novo data center será de alta capacidade e escalável. Mas destacou o potencial de Fortaleza para esse tipo de estrutura. “No Ceará tem vento para energia, tem sol, tem cabo submarino e é um ambiente propício para desenvolver um polo”, disse.
Vale lembrar que a V.tal se comprometeu, como parte do acordo de migração da Oi, com investimentos da ordem de R$ 3 bilhões com a ampliação da capacidade de data centers. No cardápio de cidades acordadas com o Tribunal de Contas da União e Anatel, estão Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Campinas, Barueri, Porto Alegre e Curitiba. Os R$ 3 bilhões estão contidos no plano maior de investimentos de US$ 1 bilhão, explica Fragoso.
Importância para o Ceará
Para o governador do Ceará, Elmano de Freitas, “a sociedade de comunicação em que vivemos precisa de data centers, que são decisivos para o desenvolvimento de qualquer região, e sabemos que isso vai aumentar. No Ceará, houve um amadurecimento dessa preocupação, ao lado de energias renováveis, passando pelos governadores e forças políticas que nos antecederam inclusive”, disse, lembrando que Fortaleza é das cidades que mais hospedam estruturas de cabos submarinos.
Ele mencionou a possibilidade de uma ZPE específica para facilitar a aquisição de equipamentos, e chamou a atenção para o debate no Supremo que pode abrir caminho para ZPEs voltadas ao mercado interno. Em entrevista, o governador disse que a modelagem da ZPE ainda depende da decisão do Supremo e também de tratativas com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e pode incluir também isenção para a prestação de serviços, além da compra de equipamentos.
Vicente Aquino, conselheiro da Anatel, declarou que a inauguração do novo data center traz orgulho ao setor e mostra um avanço da tecnologia de conectividade, avançando à prestação de serviços de dados para a economia digital. “Estamos dispostos a auxiliar no desenvolvimento desta infraestrutura crítica de cabo submarino e data center, tão relevantes à economia digital do Ceará e do Brasil”.
A V.tal está envolvida com o desenvolvimento do polo de data centers e cabos submarinos no Ceará há muito tempo, tanto que foi uma das empresas que mais atuou para demover a empresa de saneamento do Ceará, a Cagece, da ideia de colocar uma usina de desalinização nas proximidades dos pontos de ancoragem dos cabos submarinos. O governo do Ceará comprou a tese e o projeto da usina foi revisto, e desde então o governador Elmano de Freitas tem destacado a parceria com as empresas de tecnologia no desenvolvimento do polo.
LINK: https://teletime.com.br/17/10/2024/tecto-e-a-nova-marca-da-divisao-de-data-centers-da-v-tal